Vivo uma farsa inventada pelo coração.
Enquanto sangro,
Pegadas marcam o caminho por onde divago em círculos...
Às escuras sinto-me perdido e não vislumbro saída
Do emaranhado véu negro que me venda os olhos.
Dúvidas cruéis pairam sobre mim detendo minhas vontades...
A hesitação da direção me tortura diante de encruzilhadas e bifurcações...
Percebo vultos luminosos a espreitarem meus movimentos.
Ultrapassando a inércia letárgica do meu ser parecem estenderem-me as mãos,
Mas estou sem forças e copioso pranto atira-me ao desespero
Que toma de assalto minh’alma...
A velocidade da luz distancia a ajuda que, apaticamente, recuso.
A descrença adjetiva tudo o que a minha visão alcança
E aos poucos se esvai a vida que corre nas minhas veias...
Digladio nas trevas por horas insones
E penosos dias reservam-me o lúgubre choro a lancinar o peito.
O salobre das lágrimas amargam-me o paladar
Intentando afogar em tristeza o pouco que me resta.
“É sobre-humano amar, sentir,
Doer, gozar
Ser feliz”
Preciso viver e busco sentir a chama que ainda queima...
Tênue palpitação eleva à garganta um nó que retumba em gritos de socorro...
Percebo ouvir minha própria voz
Enquanto o pesadelo aos poucos começa a se desfazer
Meu canto haverá de triunfar e brindar a vitória do amor...
A luz se acenderá e do meu peito ecoará a voz de um novo coração.
Dissipar-se-á a escuridão e passo a passo seguirei com firmeza.
Corajosamente às claras...
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Às claras...
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Esse texto é fruto de uma parceria que me deixa muito satisfeito. Uma brincadeira transformou-se em uma linda realidade. Só meu amigo, poeta e agora parceiro Amalri Nascimento poderia abrilhantar minhas simples linhas em “favo de mel” adoçando nossa vida amarga com sua inteligência poética. Obrigado.
ResponderExcluirEspero que gostem...