quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reconhecendo o amor...



Como Adão e Eva a correr pelos vales do paraíso
eu corro querendo alcançar o tempo perdido no paraíso da minha mente.
A serpente do mal envolto ao meu pescoço deixa minha pele roxa de tanto
sufoco, o ar parece faltar quando pela manhã lavo a louça simbólica
do dia que passou.
Como Adão e Eva o pecado adornou minha razão, cai na vala do mistério das
coisas desconhecidas.
A fruta vermelha do amor cobrou sua divida na hora do adeus, e a distancia
dos momentos quase esquecidos me fez enxergar a fraqueza do corpo e da alma. Compartilhei de tudo com o universo para fitar a face luminosa do amor.
Abdiquei dos valores adquiridos numa vida inteira de dedicação a verdade.
Sucumbi na falta de respeito ao meu corpo marcado pelo flagelo do ego
destruído após sua partida.
Sentimento complicado esse chamado apego, ou seria costume?
Apego é um sentimento? E costume é a minha verdade escondida nas entranhas
do meu intimo?
Não sei!
Como Adão e Eva despi-me da inocência quando minha curiosidade foi posta a
prova.
Os olhos abriram no raia do dia, e nesse instante pude enxergar a verdade
da vida quando chamamos alguém de amor.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Às claras...


Vivo uma farsa inventada pelo coração.
Enquanto sangro,

Pegadas marcam o caminho por onde divago em círculos...


Às escuras sinto-me perdido e não vislumbro saída

Do emaranhado véu negro que me venda os olhos.


Dúvidas cruéis pairam sobre mim detendo minhas vontades...


A hesitação da direção me tortura diante de encruzilhadas e bifurcações...


Percebo vultos luminosos a espreitarem meus movimentos.

Ultrapassando a inércia letárgica do meu ser parecem estenderem-me as mãos,

Mas estou sem forças e copioso pranto atira-me ao desespero

Que toma de assalto minh’alma...


A velocidade da luz distancia a ajuda que, apaticamente, recuso.
A descrença adjetiva tudo o que a minha visão alcança

E aos poucos se esvai a vida que corre nas minhas veias...


Digladio nas trevas por horas insones

E penosos dias reservam-me o lúgubre choro a lancinar o peito.


O salobre das lágrimas amargam-me o paladar
Intentando afogar em tristeza o pouco que me resta.


“É sobre-humano amar, sentir,
Doer, gozar
Ser feliz”

Preciso viver e busco sentir a chama que ainda queima...


Tênue palpitação eleva à garganta um nó que retumba em gritos de socorro...


Percebo ouvir minha própria voz

Enquanto o pesadelo aos poucos começa a se desfazer


Meu canto haverá de triunfar e brindar a vitória do amor...

A luz se acenderá e do meu peito ecoará a voz de um novo coração.

Dissipar-se-á a escuridão e passo a passo seguirei com firmeza.


Corajosamente às claras...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Poeira da escuridão

Eu vi a poeira do tempo cobrir o acaso das coisas acontecidas,
vi que tudo era uma mentira após os dias que sucederam o sim.
Nunca soube realmente o que era viver sua plena felicidade.
Eu sou uma dama da noite,
sempre solitária nos íntimos desejos obscuros e internos da alma
e ao mesmo tempo necessitando de uma metade para livrar-me

dos desejos da carne.
Sou uma estrela perdida no espaço.
Sou um cometa que flutua no vazio.
Sou a escuridão que abraça os lugares da minha mente.
Flutuando em sonhos vejo a matéria em seu infinito,
subo para um degrau imaginário que finda no vácuo do silencio

da minha existência.
Adormecida no desconhecido não chorei e nem hesitei em reclamar,

fui ao fundo da mentira buscando uma parcela de verdade,

aquela luz no fim do túnel inexistia.
Perdida nas vielas da inexistência eu não me reconhecia,

volitando pelas nuvens vi o fim.
Um grito de socorro ecoou pelos campos da salvação,

logo, fui suspensa pela minha dor.
Serenando minhas verdades vi que a mentira é subliminar

quando se tem vontade de viver.
O outro é um sinônimo de companheirismo ou ao menos é o que se espera.
A solidão é um vulto apagado na visão desse meu pobre coração.