segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Procura...



Durante os dias da minha vida eu estive completamente feliz com tudo que possuía, com todos ao meu redor e com a vida simples que sempre levei na cidade onde nasci. Numa manhã de verão cercado por amigos eufóricos por banhar-se nas águas frias do Mar eu te encontrei sereno e apaixonado pela busca constante da felicidade. Seu corpo dourado pelo Sol transpirava gotas de curiosidade ao me tocar pela primeira vez, foi aí que senti que tudo se transformava, minha vida e meus sentimentos estavam em processo de mutação, ali eu mudei e me transportei para uma nova realidade, eu estava apaixonada.


Ao correr das horas eu te amava como se tudo estivesse acontecendo pela ultima vez, cada instante era belo e necessário como a ar que respiramos e que nos permite viver. Bandoleira das paixões me vi abandonada por mim mesma, deixei que a emoção consumisse toda minha e razão e me transportasse a viver a vida do meu amado. Senti todas as felicidades, todos os gozos, todas as ansiedades e por fim toda a tristeza e todo o abandono.


Minha vida não seria a mesma, e realmente não foi!


Acabaste com meus pensamentos, devastasse minhas felicidades e me desviasse do caminho de casa, era no meu lar onde sempre recorria em momento de adversidades. Sua indiferença chega a doer, sinto minha pele queimar de tanta saudade, minha saliva secou sem sua língua, meu coração deixou de bater sem seu sangue a correr nas minhas veias, meus olhos não enxergam nada a não ser você, meus ouvidos não escutam nada a não ser sua voz me chamando de querida.


Sinto que a felicidade se foi quando me deixaste naquela esquina, a brisa, a luz e meus sentidos se recolheram naquela esquina, aquela curva onde com maldade você se retirou da minha vida.


Hoje reajo como posso e tento ser a mesma que um dia fui, meu combustível é a esperança de um dia te reencontrar, jogo flores ao céu e não as vejo caírem ao chão. Ao teu lado minh’alma aquieta as loucuras que sempre me atormentam quando não estais aqui comigo.

Como eu queria!



Como eu queria que o verde das florestas devastadas resistissem ao horror da falta de consciência humana. Como eu queria que o ar deslizasse pelos cabelos da morena menina e que ela não sofresse com a fumaça da falta de amor e esperança nos corações invadidos pelo ódio.


Como eu queria sinceramente que meus irmãos que retiram seu sustento da terra não migrassem para as grandes cidades poluídas, para serem escravos da fome e do horror que assola e destrói famílias inteiras. Como eu queria que o mar lavasse com seu sal o coração de todos os traidores da boa conjuntura e dos dogmas familiares.


Como seria maravilhoso ver o feijão brotar do solo tratado por mãos experientes e calejadas de saciar a fome e a vontade de viver. Ver a rosa brotar no cerrado acariciando nosso ego com sua beleza toda delicada, abraçar aos que cultivam o amor pelos cantos desse mundo de meu Deus, destruir todas as guerras, todo horror que invade a humanidade descrente de uma fé verdadeira.

Tenho esperanças de viver para ver a bondade renascer como uma fruta na árvore do perdão, ver os rios, lagos, cachoeiras e mares cintilar o brilho do Sol a cada amanhecer, sentir que somos humanos dignos das verdades que o ser divino nos presenteia a cada dia que nasce, dilatando nossas pupilas com seus raios de esperança e nos enchendo com a brava vontade de ser feliz.