segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vida vã



Semana quem vem é incerteza,
hora que passa é a felicidade com pressa,
olhe o tempo passando e você me evitando.
Pergunto a mim mesmo,
se a vida também passou?

Não sei se o amor velejou pela minha manhã
se eu sempre estive na escuridão da noite, minha vida vã,
enxergando as estrelas brilharem no céu,
como cometas pintados com tinta e papel,
misturei a aquarela do mundo e o negro prevaleceu.

Eu sou um perdido no tempo
desses passos não dados,
eu sou a água que molhou sua pele,
eu sou a sobra do tempo
que passa, passa e deixa suas marcas
nas horas dessa solidão.

Ano que vem será incerteza,
do que passou se fez a tristeza,
somei o que foi com o que virá
resultou na partida nos trilhos da vida,
aprendi a sonhar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reconhecendo o amor...



Como Adão e Eva a correr pelos vales do paraíso
eu corro querendo alcançar o tempo perdido no paraíso da minha mente.
A serpente do mal envolto ao meu pescoço deixa minha pele roxa de tanto
sufoco, o ar parece faltar quando pela manhã lavo a louça simbólica
do dia que passou.
Como Adão e Eva o pecado adornou minha razão, cai na vala do mistério das
coisas desconhecidas.
A fruta vermelha do amor cobrou sua divida na hora do adeus, e a distancia
dos momentos quase esquecidos me fez enxergar a fraqueza do corpo e da alma. Compartilhei de tudo com o universo para fitar a face luminosa do amor.
Abdiquei dos valores adquiridos numa vida inteira de dedicação a verdade.
Sucumbi na falta de respeito ao meu corpo marcado pelo flagelo do ego
destruído após sua partida.
Sentimento complicado esse chamado apego, ou seria costume?
Apego é um sentimento? E costume é a minha verdade escondida nas entranhas
do meu intimo?
Não sei!
Como Adão e Eva despi-me da inocência quando minha curiosidade foi posta a
prova.
Os olhos abriram no raia do dia, e nesse instante pude enxergar a verdade
da vida quando chamamos alguém de amor.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Às claras...


Vivo uma farsa inventada pelo coração.
Enquanto sangro,

Pegadas marcam o caminho por onde divago em círculos...


Às escuras sinto-me perdido e não vislumbro saída

Do emaranhado véu negro que me venda os olhos.


Dúvidas cruéis pairam sobre mim detendo minhas vontades...


A hesitação da direção me tortura diante de encruzilhadas e bifurcações...


Percebo vultos luminosos a espreitarem meus movimentos.

Ultrapassando a inércia letárgica do meu ser parecem estenderem-me as mãos,

Mas estou sem forças e copioso pranto atira-me ao desespero

Que toma de assalto minh’alma...


A velocidade da luz distancia a ajuda que, apaticamente, recuso.
A descrença adjetiva tudo o que a minha visão alcança

E aos poucos se esvai a vida que corre nas minhas veias...


Digladio nas trevas por horas insones

E penosos dias reservam-me o lúgubre choro a lancinar o peito.


O salobre das lágrimas amargam-me o paladar
Intentando afogar em tristeza o pouco que me resta.


“É sobre-humano amar, sentir,
Doer, gozar
Ser feliz”

Preciso viver e busco sentir a chama que ainda queima...


Tênue palpitação eleva à garganta um nó que retumba em gritos de socorro...


Percebo ouvir minha própria voz

Enquanto o pesadelo aos poucos começa a se desfazer


Meu canto haverá de triunfar e brindar a vitória do amor...

A luz se acenderá e do meu peito ecoará a voz de um novo coração.

Dissipar-se-á a escuridão e passo a passo seguirei com firmeza.


Corajosamente às claras...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Poeira da escuridão

Eu vi a poeira do tempo cobrir o acaso das coisas acontecidas,
vi que tudo era uma mentira após os dias que sucederam o sim.
Nunca soube realmente o que era viver sua plena felicidade.
Eu sou uma dama da noite,
sempre solitária nos íntimos desejos obscuros e internos da alma
e ao mesmo tempo necessitando de uma metade para livrar-me

dos desejos da carne.
Sou uma estrela perdida no espaço.
Sou um cometa que flutua no vazio.
Sou a escuridão que abraça os lugares da minha mente.
Flutuando em sonhos vejo a matéria em seu infinito,
subo para um degrau imaginário que finda no vácuo do silencio

da minha existência.
Adormecida no desconhecido não chorei e nem hesitei em reclamar,

fui ao fundo da mentira buscando uma parcela de verdade,

aquela luz no fim do túnel inexistia.
Perdida nas vielas da inexistência eu não me reconhecia,

volitando pelas nuvens vi o fim.
Um grito de socorro ecoou pelos campos da salvação,

logo, fui suspensa pela minha dor.
Serenando minhas verdades vi que a mentira é subliminar

quando se tem vontade de viver.
O outro é um sinônimo de companheirismo ou ao menos é o que se espera.
A solidão é um vulto apagado na visão desse meu pobre coração.

sábado, 16 de outubro de 2010

Esse meu coração...



Esse meu coração
é um rio parado
onde seca chegou
e levou a esperança
toda vida
toda lida
desse meu coração.

Sinto que tudo na vida é pura ilusão,
quero plantar nessa terra toda a pureza de uma paixão,
viver toda paz e ternura que sinto em teus braços a me apertar.

Esse amor de ilusão
corre nas minhas veias
e me faz delirar
me faz viajar
sentir teu calor.

Sinto que a chuva chegou
e molhou o meu corpo
acendeu a tara que sinto por ti.
Sei que você será meu
hoje ou até amanhã.
Vivo esperando esse beijo
que me rasga a pele e molha com água do mar.

Esse amor de ilusão
corre nas minhas veias
e me faz delirar
me faz viajar
por estradas de sal
em busca de um litoral.

Sentir teu calor
secando a terra
obrigando a seguir por uma caminhada
desse amor que é feito de pura ilusão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sofrimento...



Eu te amei como a força de um vendaval,
Te beijei como a força de uma explosão,
te abracei e te dei o carinho existente na minha ilusão.
Me senti toda sua!

Suas falhas, seu modo de me atrair
fez com que todo amor desse mundo
explodisse dentro de mim.
Findou planos e o recomeço ainda é um vão
que aumenta dentro de mim.


Fugiu e levou toda minha razão.
Roubou minha paz, minha vida e meu modo de ser.
Sucumbi na tristeza dessa solidão,
senti a mais forte das degradações.

Hoje és bandoleiro do meu coração.
Devastou a pureza das terras que um dia caminhou.
Me livrei do estorvo que eras pra mim,
e hoje sofro sozinha.

Reconheço que tudo que fiz sem pensar.
Entreguei minha vida a tua vida querendo te recuperar.
Apostei todas as minhas fichas sem medo de não acertar
eu errei na aposta da vida que era te amar.

Realmente entrei pela porta da frente
e sem pena você me expulsou.
Finalmente eu quero gritar e cantar.
Hoje eu sei o que é amar!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Procura...



Durante os dias da minha vida eu estive completamente feliz com tudo que possuía, com todos ao meu redor e com a vida simples que sempre levei na cidade onde nasci. Numa manhã de verão cercado por amigos eufóricos por banhar-se nas águas frias do Mar eu te encontrei sereno e apaixonado pela busca constante da felicidade. Seu corpo dourado pelo Sol transpirava gotas de curiosidade ao me tocar pela primeira vez, foi aí que senti que tudo se transformava, minha vida e meus sentimentos estavam em processo de mutação, ali eu mudei e me transportei para uma nova realidade, eu estava apaixonada.


Ao correr das horas eu te amava como se tudo estivesse acontecendo pela ultima vez, cada instante era belo e necessário como a ar que respiramos e que nos permite viver. Bandoleira das paixões me vi abandonada por mim mesma, deixei que a emoção consumisse toda minha e razão e me transportasse a viver a vida do meu amado. Senti todas as felicidades, todos os gozos, todas as ansiedades e por fim toda a tristeza e todo o abandono.


Minha vida não seria a mesma, e realmente não foi!


Acabaste com meus pensamentos, devastasse minhas felicidades e me desviasse do caminho de casa, era no meu lar onde sempre recorria em momento de adversidades. Sua indiferença chega a doer, sinto minha pele queimar de tanta saudade, minha saliva secou sem sua língua, meu coração deixou de bater sem seu sangue a correr nas minhas veias, meus olhos não enxergam nada a não ser você, meus ouvidos não escutam nada a não ser sua voz me chamando de querida.


Sinto que a felicidade se foi quando me deixaste naquela esquina, a brisa, a luz e meus sentidos se recolheram naquela esquina, aquela curva onde com maldade você se retirou da minha vida.


Hoje reajo como posso e tento ser a mesma que um dia fui, meu combustível é a esperança de um dia te reencontrar, jogo flores ao céu e não as vejo caírem ao chão. Ao teu lado minh’alma aquieta as loucuras que sempre me atormentam quando não estais aqui comigo.

Como eu queria!



Como eu queria que o verde das florestas devastadas resistissem ao horror da falta de consciência humana. Como eu queria que o ar deslizasse pelos cabelos da morena menina e que ela não sofresse com a fumaça da falta de amor e esperança nos corações invadidos pelo ódio.


Como eu queria sinceramente que meus irmãos que retiram seu sustento da terra não migrassem para as grandes cidades poluídas, para serem escravos da fome e do horror que assola e destrói famílias inteiras. Como eu queria que o mar lavasse com seu sal o coração de todos os traidores da boa conjuntura e dos dogmas familiares.


Como seria maravilhoso ver o feijão brotar do solo tratado por mãos experientes e calejadas de saciar a fome e a vontade de viver. Ver a rosa brotar no cerrado acariciando nosso ego com sua beleza toda delicada, abraçar aos que cultivam o amor pelos cantos desse mundo de meu Deus, destruir todas as guerras, todo horror que invade a humanidade descrente de uma fé verdadeira.

Tenho esperanças de viver para ver a bondade renascer como uma fruta na árvore do perdão, ver os rios, lagos, cachoeiras e mares cintilar o brilho do Sol a cada amanhecer, sentir que somos humanos dignos das verdades que o ser divino nos presenteia a cada dia que nasce, dilatando nossas pupilas com seus raios de esperança e nos enchendo com a brava vontade de ser feliz.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Amor e loucura



Teu corpo é a mais pura fragrância que vem das flores do cerrado.


Embebeda-me apaixonadamente com suas caricias de amor.


Faz com que meus pensamentos sejam torturados com a mais pura sincronia de teus sussurros.


Sinto tua mão a me tocar, sinto tua carne quente encostar-se a minhas curvas eroticamente preparadas para receber o mais puro guento de teu suor.


Ama-me a cada grão de areia que cai em uma ampulheta do tempo, faz-me ser a mais complexa de tuas poesias, me bate com tuas mãos macias agredindo toda minha vontade de não fugir de você, me usa como a roupa que te cobre todos os dias de tua existência.


Meu corpo reflete toda a fadiga, todo o cansaço após tua selvagem cavalgada querendo ser apenas um, eu e você...


... Ocupando o mesmo espaço, quebrando todas as regras, todas as leis, todas as falsas moralidades e seguir pelo caminho do esplendor sendo apenas a luz e escuridão, a face da loucura.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Amor além da razão...



Uma historia bonita cheia de redenção.


Foi lá na mata fechada do meu querido sertão.


Uma mulher decidiu seguir nas veredas da paixão.


Seguiu por caminhos malditos obedecendo ao coração.


Sempre esteve ao lado do bandoleiro do sertão.


Obedecendo e mandando, morrendo a cada nova invasão.


A ironia do destino levou a ser a rainha do sertão.


Encorajou e inspirou outras mulheres a largar suas famílias e na caatinga viver a provação.


Uma criatura destemida que foge de sua família para seguir lampião.


A rainha do cangaço que viveu a fé, o amor, e a razão.


Maria Bonita, bonita como o escurecer do sertão.


Teve uma vida conturbada, mas quem falou mais alto foi o coração.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Houve um tempo...

Houve um tempo em que éramos felizes.
Houve um tempo em que queríamos ser mais felizes.
Houve um tempo em que tudo era motivo de felicidade, amor e comemoração.
 
Passaram os dias como o vento, sentimos mais não o enxergamos, sentimos que apenas passou.
 
Houve um tempo em que as dúvidas eram realidades.
Houve um tempo em que tudo era sinônimo de tristeza.
Houve um tempo em que a dúvida era realmente uma lacuna em nossas vidas.
A dúvida ao contrário do tempo, não passou,
chegou mansinho e fez com que a percebêssemos em sua essência, nos deixando perdidos em  meio a multidão.
 
Procuramos chão, apoio, amigos, familiares e nada supriu, nada respondeu, nada verdadeiramente aconselhou, tudo ia contra as nossas convicções.
Houve um tempo em que a dúvida se transformou em certeza.
Ela se retirou mais deixou uma marca que não esperávamos, não queríamos.
Não era pra ser assim!
Quando a dúvida resolve seguir seu caminho em nossos pensamentos é bem desastroso o vazio que ela deixa.
É nesse instante que observamos a severa realidade nos esfregando a cara o que deveria ser, se as circunstancias não nos cruzassem a vida.
Vivida, sofrida, feliz, amargurada, generosa.

...mais com a certeza de que tudo poderá ser bem melhor.

terça-feira, 23 de março de 2010

Uma flor

Receber uma flor é...
como um abraço vindo de longe nos momentos em que mais necessitamos de um mimo, um carinho.
Retribuir com uma flor é...
como um abraço apaixonante na hora em que dizemos...

Eu te amo...

terça-feira, 16 de março de 2010

Em uma Madrugada...


Quando eu te vi logo me apaixonei
seu olhar indefernte maltratava minha mente,
aos pocos fui chegando como quem não queria nada
seu sorriso um pouco timido
aos poucos eu te conquistava.
Numa tarde de sol, eu te beijei
te abracei, senti uma força vinda do meu coração
era o amor que aflorava em nossos corpos.
Naquela tarde de sonhos você me prendia ao seu amor,
e eu te queria como nunca havia quisto.
Numa noite de magia nossos corpos testemunharam a mais pura verdade,
foi nesse mesmo instante de amor em que percebemos que tudo era real,
os sonhos que viviam e me torturar enfim se tornaram realidade.
Amor eu te amo desde teu inicio ao teu fim
serei sempre seu,
assim como a núvem é do ceu
como o filho é da mãe
como o amor
é do
coração.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Eu quero!

Gosto quando beijas minha boca,
sentir teu corpo me apertar
é como o vento que sopra e leva meus cabelos
se misturando com o brilho de teu olhar.

Quero ser feliz agora!
Qualquer dia em qualquer hora.
Teu sorriso é minha desconcentração,
amor demais é como a nuvem se preparando pra chover,
um dia tudo cai no chão
molhando a face desse pobre coração.

A felicidade é um dom,
é como o brilho do amanhã
espero a chuva cair no meu jardim
e florescer as minhas rosas.
Quero Sol brilhando nessa escuridão.

Quero o Mar molhando as pedras
nessa grande imensidão,
eu quero teus beijos macios
teu corpo suando de emoção.
Quero um abraço apertado
aquele jeito que você tem,
eu quero que me faças feliz
que te farei feliz também.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Linda saudade

Essa Lua me mata de saudade, a lágrima correu na minha face sertaneja nutrindo minha pele queimada pelo calorão do meu sertão.

Enveredei por outros caminhos, o destino me levou a uma distante realidade, porém não existe um dia em que não recordasse das manhãs no rio que corria atrás da minha casinha simples, das brincadeiras de criança que me faziam rir até chorar, da figura materna na porta chamando para almoçar.

Que saudade da noite estrelada onde a lua era a dama da noite, eu a via como uma diva em seu palco solitário, minha única companhia era a brisa fria que corria me beijando e acalentando minha pequenez solidão.

Era na noite de São João em que meu velho pai riscava uma labareda na fogueira e acendia as chamas que esquentavam nossos corações. Lá eu brincava, lá eu me aquecia. Dessa fogueira eu pegava um galho com uma brasa na ponta e acendia meu balão que subia e enfeitava o céu com seu luto infinito.

Hoje vivo longe, mas nunca esqueço minha cidade, meu lugar. Lá foi onde tudo começou onde meninou minhas esperanças. Chorando muitas vezes sentindo uma dor no peito de tanta saudade vejo que é o sertão o meu lugar a minha morada.